Olá galera, bem esse post será um tantinho diferente. Como já mencionei algumas vezes antes, a minha maior paixão quanto ao Magic não é necessariamente o jogo. Eu gosto muito mais do fator “construção” do que qualquer outra coisa. Construir baralhos, cards e eventos é o que há. Criar é algo que pelo menos em mim, é mais gratificante do que “ganhar”. Ok, ganhar é legal, massageia o ego e tudo o mais. Mas, por mais brega que isso possa soar, eu gosto mesmo é de ver a cara das pessoas quando são surpreendidas por algo que nunca viram antes. Mostrar aquela carta do spoiler e ouvir as pessoas dizerem “Putz, que coisa loka!!!” . E me dá um barato maior ainda quando essa coisa que causa essa reação fui eu que criei.
E como isso é bem interessante, e ver esse tipo de coisa é sempre participativo, já que a gente sempre comenta com alguém isso, eu acho que é também interessante mostrar o processo e as razões por que algumas vezes os caras da Wizards resolvem fazer um card assim ou assado, de maneira x oy y. O que está a seguir é totalmente baseado em minhas experiências pessoais, por isso é apenas puro “achometro’. Um achometro bem bolado na realidade. Mas também, para quem estiver curioso, é um pouquinho da história do Magic.
Pântano, Ritual Sombrio e o Hypp na mesa...
Quem é das antigas conhece muito bem essa seqüência famosa. (vocês podem notar que a palavra seqüência nesse texto tem trema, e conforme a nova norma do português a trema caiu em desuso, bem meu Word não sabe disso e eu também não, e vou demorar um pouco para me acostumar... por isso... agüentem.) Essa era uma das saídas mais clássicas do Magic, e por isso mesmo uma das criaturas mais queridas de quem iniciava a jogar magic com a cor preta. Afinal de contas, ele é voador, é um fantasma e faz o oponente descartar um card. Além é claro de ter sido lançado em Alpha, e por isso mesmo ser um dos ícones do Magic. Ele existiu numa época beeem diferente de hoje, onde Espadas em Arados, Raios e Leões da Savana eram muito comuns. Esse era um bicho que mal ficava na mesa, e que por isso mesmo dominou os céus de dominaria por muito tempo sozinho. Sua ameaça era real e com a chegada por exemplo de Hymn to Tourach e uma ajudinha do Mind Twist no ambiente, sua capacidade de disrupção da mão dos oponentes era potencializada por 100. Sem contar que o rapaz era incomum. Tudo bem que era uma época em que Sinkhole era comum, raio era comum e Anjo Serra era incomum. Por tanto visto seus parceiros essa máquina tinha que ser incomum.
Espectro Hipnótico
1BB – 2/2
Voar / Toda vez que Espectro Hipnótico causar dano a um oponente, aquele jogador descarta um card aleatoriamente.
Esse foi o primeiro espectro a exisitr, e sozinho ele ficou até que um primo, distante e gelado resolveu dar uma aparecidinha. O menos perigoso e menos destrutivo Espectro Abissal.
Espectro Abissal
2BB – 2/2
Voar / Toda vez que Espectro Abissal causar dano a um oponente, aquele jogador descarta um card.
Da para ver que naquela época eles já achavam o Hypp (como foi carinhosamente chamado pelos jogadores) muito absurdo. Tanto o é que seu próximo parente era muito mais lento e dava uma maior gama de respostas e saídas para os oponentes. Ele é ruim? Não exatamente, mas o problema é que ele também não era bom. Ele era apenas ok. E isso no Magic chega a ser um insulto. Em Era Glacial, onde o Abissal nasceu, foi a primeira grande tentativa da Wizards de criar algo consistente, consciente e condizente com o que eles queriam com o Magic. A mesma pergunta se pode fazer, ela é uma coleção ruim? Não. Mas também não era boa. Tentaram colocar muita coisa numa simples bandeja e descobriram que muito não necessariamente era algo bom. Obvio, de Era Glacial veio a Necro, veio o Incinerar, veio as Painlands. Mas também temos Icy Caulderon, temos card inúteis extremamente específicos e raras que nunca deveriam ser raras. Mas isso acontece. Agora para balancear o fato de o Abissal não ser lá essas coisas, eles mantiveram sua raridade no incomum mesmo. Ou seja balancearam tanto que o negocio ficou... ruim.
E assim se passou um ano. E fomos apresentados a outro fantasminha voador. Só que dessa vez os desenvolvedores tentaram algo novo, agora tínhamos um espectro que descartava de longe e que elevou o patamar da raridade para onde ela merecia estar desde o começo.
Espectro Corrompido
3B – 2/2
Voar / 1BB, T: O jogador alvo coloca um card de sua mão eu seu cemitério ou no topo de seu grimório. Se o card for colocado no cemitério daquele jogador, Espectro Corrompido causa 1 ponto de dano a cada criatura e a cada jogador. Use essa habilidade a qualquer momento que você puder jogar um feitiço.
Bem, ele continuava a manter suas características mais básicas, 2/2, era voar, era um espectro e descartava, mas agora era raro. E o que isso significou... nada. Os caras continuaram a manter a habilidade de descarte “at bay” como dizem os americanos. Ou seja, de lado, seguro. Banimentos e restrições durante o Black Summer, onde Necros e combos dominavam o ambiente de campeonatos. Agora imaginem a frustação de alguém que se empenhou em criar algo interessante e descobrir a m..... que fez. Imaginem abrir um booster e ver a rara... “é isso?”. Isso é uma coisa que poucos sabem, mas dar opções a seu oponente nunca é bom. Tirando Fato ou Ficcção, não há card que valha a pena investir tempo e treino em algo que não se tem controle. Que é o oponente que determina. E esse espectro prova isso.
Até a arte é hipnótica...
Com empenho e a custo de muito esforço, depois de quase dois anos temos outro Hypp. Ta bom, não é exatamente o Hypp, mas já era uma mostra que descarte e criaturas boas podiam ser dois item numa mesma sentença. Espectro Entrópico. Esse sim começou a criar a fama da família. Numa nova versão, no lançamento dos números de coleção nos cards e dos símbolos de raridades, o Entrópico veio para agredir.
Espectro Entrópico
3BB
*/* - Voar / Conforme Espectro Entrópico entre em jogo escolha um oponente. O poder e a resistência dele são iguais ao numero de cards na mão daquele jogador.
Toda vez que Espectro Entrópico causa dano a um jogador, aquele jogador descarta um card.
Agora sim, eles eram grandes. E a arte do Ron Spencer (não é Henrique) muuuito louca. Hoje ele também é um espírito, mas na época era apenas um espectro. E que espectro. Com uma ajudinha de um ritual ele podia cair fácil no terceiro turno, com dois no primeiro. E que estrago ele podia fazer, um swing de sete ou seis e um descarte era unir o insulto a injuria.
Agora sim eles faziam jus a serem raros. Agora sim era a era dos Espectro...
Ledo engano. Tivemos criaturas terrestre que descartavam, como por exemplo Ordem de Yawgmoth, mas aquilo não era um espectro, era um soldadinho medíocre, com fear e que não voava. O mundo clamava por uma criatura terrível, eficiente, montada de preferência em algo monstruoso. Uma homenagem aos Nazgul de Tolkien. Um verdadeiro espectro.
Em Chamas!!!
E anos se passaram. E o tempo e eras viraram. Mas quando trouxeram de volta algo que o próprio Rei Bruxo de Angmar se orgulharia.
Espectro Flamejante
2RB
2/2 – Voar, Ímpeto – Quando Espectro Flamejante causa dano em um jogador aquele jogador descarta um card.
Tudo bem que agora ele tinha um outra cor, e com isso ele era dourado, mas numa época que o Ritual Sombrio era disponível para o uso, ser um Flamejante era tudo de bom. Rápido, letal e evasivo. Apenas faltava o descarte aleatório. Mas estava ótimo, com um Duress de primeiro turno e um rato ou uma Braids para ajudar, o flamejante era ótimo. Eles voltavam com estilo e que estilo. Tanto estilo que tentaram na sequencia mais um, agora com azul.
E como sempre é bom dizer, muito nem sempre é igual a bom, esse só veio encher lingüiça. Ter que voltar uma criatura para a mão, mesmo com os ratos vorazes e dar um turno inteiro para o oponente ter que pensar era demais. Mesmo com a possibilidade de sobreviver aos choques sendo 2/3 e olhar a mão do oponente e escolher. Sua combinação era um preço muito alto a se pagar por um pequeno beneficio extra. Era quase como ser o fato de olhar a mão do oponente fosse uma melhoria necessária para compensar o fardo de joga-lo. Pronto, lá ia a wizards atrapalhar novamente o reino dos Espectros.
Espectro do Juizo Final
2BU – 2/3 – Voar / Quando entra em jogo devolva uma criatura que você controla preta ou azul para sua mão ou sacrifique-o.
Quando causa dano de combate a uma jogador, olhe a mão daquele jogador e escolha um card. Aquele jogador descarta aquele card.
Eu quase acreditei que o mundo iria ser coberto por uma grande sombra de asas e gritos, mas foram tantos os “erros”, tantas as falhas com espectro de custos altíssimos, espectros que aplicavam lobotomia, espectros que descartavam dois cards, entre tantos outros efeito, nas coleções seguintes que eu quase desisti deles. Sempre sendo raros, sempre sendo pretos, sempre cavalgando algo grande e com asas e normalmente voando. Eles estavam lá, coleção após coleção. O futuro não parecia promissor. Até que ele chegou, de volta na oitava edição, na nona e também em décima. O rei absoluto dos ares e dos descartes. Hypp estava devolta.
Com nova arte e com a mesma maldade, apenas mais lente, visto que seu parceiro de sempre havia sido banido do jogo, Ritual Sombrio.
E quando ele voltou percebi que o mundo poderia ainda dar uma chance para eles.
Os espetros se tornaram símbolos no imaginário dos jogadores de Magic do poder de aterrorizar e fazer descartar. E isso é algo diferente. O Hypp foi inicialmente desenhado como um cavaleiro voador e que descartava. De onde surgiu essa idéia? De verdade? Isso não importa lá muita coisa, o que realmente importa é que hoje, nenhum jogador pensa em outra criatura voadora como mais perfeita do que um espectro preto quando falamos de descarte.
Os espectros hoje são símbolos disso.
Os Novos
A frase “olha tem um espectro novo na spoiler!!!” é comum. E tudo isso graças ao poder de fogo de um único monstrinho balanceadissimo. Que só era um monstro assustador quando vinha com um ritual maroto ao seu lado.
Ele é perfeito, ele é correto e justo. É possível superar? Fazer algo mais forte do que o velho Hypp? Que tal o Espectro Agulha? Que quanto maior mais cards descarta. Que tal o Sedraxis que bate mais forte e quando morre pode bater novamente.
É possível que a Wizards crie algo mais brutal que o velho Hypp. Será que conflux trará algo novo?
Esperemos que sim, esperemos.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Espectros....BU!
Galera, estou saindo de férias e não sei se na proxima quinta o post estara aqui, se ele falhar o que pode vir a ocorrer, não postarei depois. Farei algo diferente na semana seguinte...
Aguardem
Abraços a todos... e... tenham medo... tenham muito medo...
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6 comentários:
huahuahauahuahauah!!!
agora vo faze um deck de descarte no MWS, so pra ve como e!
huhuahauhauahuahauahau
"e... tenham medo... tenham muito medo..."
[2]
Nossa, muito bom o post.
Relembrar essas coisas e colocar de forma coerente como foi tudo isso não é pra qualquer um não Fox. Ta de parabéns.
Boas férias pra ti (isso se ja não voltou).
Abraço!!
Tenho certeza que a idéia desse post, veio logo após minha ida a Domain. Onde nós estávamos discutindo sobre cartas que não deram muito certo e um dos Espectros foram citados. :P
Lembrando, que Gifts Ungiven é uma ótima carta e o oponente que toma as decisões por ela. Bem estilo Fact or Fiction hehe
Boas férias Fox!!!
É, e Intuition também.
Mas a falta de enfoque na Necro foi um tanto perturbador...
Nice post! Valeu a pena esperar a semana inteira pra ler.
Você sem dúvida é o nosso Kid Vinil do magic kkk.
Sobre o Hyyp, a melhor habilidade dele é dar chump block em Bogardan Hellkite :)
Muito legal o blog fox, se tiver interesse depois, acessa o http://braingeyser-br.blogspot.com/ (que é o meu blog =Þ ) e me linka aqui (vou te linkar agora). =)
Abraços
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