quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Magic 2010 - Parte 1 (de duas!)

Logicamente que eu tinha um artigo prontinho desde o começo da semana para postar aqui. Mas como também da para ver eu não vou colocá-lo hoje. A razão é bem simples o (a meu ver) pouco anunciado Magic 2010. Para mim o M10, como vai ser chamado, é como uma bomba de 100 megatons. Ele é tão relevante e importante quanto a mudança do layout dos cards, a criação dos planinautas ou a mudança de regra a partir da sexta edição.
Bem, para quem não está muito informado veja o link para saber do que eu estou falando. (AQUI)

Bem, então agora que você já leu a noticia no blog da loja ... não leu?Beleza champs, então vai ler (AQUI)... estou esperando... pense assim faz parte do post do mastigando.

Estou esperando...

Ok, já leu?

Ótimo, posso continuar então.
Bem, vou recapitular um pouco a história das coleções básicas. Primeiramente por que muita gente não faz idéia do que elas realmente significaram para os jogadores daquelas épocas, e segundamente por que é sempre bom conhecer um pouco da história do mundo e do pais que vivemos, observados através das lentes do Magic.

Mas como são diversas coleção vou postar em duas partes. Sim eu sei que é meio chato, mas queria mesmo recapitular (eita trocadilho) todas as edição básicas. Então me agüentem. (esse trema não deveria existir mais, mas o editor do Word não deixa eu retira-lo!!!!)

AlphaLançada em 1993, o ano em que tivemos Bill Clinton empossado como 44 presidente americano pela primeira vez, Michael Jackson acusado (novamente) de pedofilia, a estréia da serie de comédia Frasier, termino da saga em quadrinhos de “A morte do Super Homem” e o filme “Os Imperdoáveis” ganhando o Oscar de melhor filme. Itamar Franco era nosso presidente, o dinheiro passou a se chamar Cruzeiro Real, tivemos a chacina da Candelaria.

Sendo a primeira coleção de Magic, o “feeling” é ainda daquela magia que envolve o universo fantástico. Os desenhos são bem toscos para quem é de fora mas para nós eles são normalmente considerados cults. Como é a primeira coleção, é normal que tentemos sempre dizer que ali esta a essência do Magic. E na realidade é assim mesmo que funciona. Não que o jogo devesse ter se mantido dentro daquela formula padrão exata, desde tempos imemoriais. Mas a sensação de que o Magic era uma representação gráfica de um aglomerado de formas de vida e culturas de diversos planos meio que foi se perdendo durante esses 15 anos.
As coleções básicas foram se tornando um aglomerado de cards tão específicos, tão calculados para interagir uns com os outros, que aquele fator de surpresa se perdeu.

Ah, vão relançar Colera... então os winnies vão sofrer. Ah, relançaram traumatizar, então da para remontar o baralho x. Você consegue ver a diferença?

Em alpha, as expectativas eram outras não só por que o jogo era outro, mas por que a coleção básica era uma “coleção”, um apanhado. E hoje as coleções básicas se transformaram em refulgo.


Não vou comentar sobre Beta, Unlimited ou Revised pois elas pouco mudaram. O que ocorreu entre ABU e Revised foi a retirada dos cards powers. Isso se deu pelo fato de que os cards retirados eram tão sem noção, tão aburdamente fortes que eles ainda são os poucos cards que não receberam variação melhoradas, nem foram reeditados. Ancestral Recall, Time Walk e Twister e as mox tem versões que são infinitamente mais fracas, ao contrario por exemplo das dual lands que quase foram reeditadas, com a unica condição de seu controlador tomar dois pontos de dano quando elas entrassem em pé.

Por isso esse salto merece um capitulo a parte para sua explicação. E que eventualmente vou fazer.

Voltando as edição basicas, o que não ocorreu com a quarta edição.

Quarta Edição1995bem, em quarta o mundo já havia dado muitas voltas, para ser exato 730. E em todos esses dias culminamos em um mundo onde o Terremoto em Kobe mata 6.000 japoneses, Fernando Henrique Cardoso vira nosso presidente, o Hospital em Oklahoma é atacado por malucos americanos e os japoneses sentem os efeitos do gás sarin no metro de Tókio. A epidemia do Ebola se espalha no mundo, é lançado o Windows 95 (eita!!!), o Playstation é lançado (simplesmente o melhor videogame do mundo) e o Pastor Sergio Von Helde chuta a imagem de nossa senhor ao vivo na TV.

Bem, aqui fica uma situação maluca no Magic. Diversos cards powereds são removidos da coleção, enquanto que outros ridiculamente fortes são mantidos, como por exemplo Mind Twist, Canal, Raio e Espadas em Arados. Nesse ano começam a enxergar o Magic como algo mais profissional levando a criação do primeiro mundial de Magic (mais ou menos) pois era o primeiro pro-tour. E com isso a profissionalização do jogo. Quando dinheiro entra na jogada, todo a estrutura do jogo acaba tendo que ser revista para se adequar ao “mercado”.

Quinta Edição – 1997Aqui nesse ano tivemos o Bill Clinton no segundo mandato, Guilherme de Pádua é condenado pelo assassinato da atriz Daniela Perez, Simpons bate o recorde de Flintstones como o desenho que mais tempo passou no horário nobre, clonam a ovelha Dolly, é publicado o primeiro livro da série Harry Potter e princesa Daiana morre num acidente de carro fugindo dos paparazzi.

Com a quinta edição eles tentam acertar na mão. Eles já estavam planejando nessa época a sexta e a sétima edição, e por isso já sabia das alterações de regras que viriam com a sexta edição. Mas foi com a quinta que eles resolveram padronizar o Magic. Delimitar a “color pie”, uma espécie de controlador que manteria certas habilidades em determinadas cores, por exemplo atropelar existir no vermelho, preto e verde mas evita-la no azul e no branco.
Nessa época surgiu a historia da briga da Wizards com os artistas sobre o direito autoral das imagens que ilustravam os cards. E uma das razões da mudança das imagens seria além de uma revitalização, uma troca de artistas.
A troca foi boa, varias artes ficaram muito mais próximos da fantasia ideal do que os antigos.
Mas em questão de regra a mudança foi quase zero. Em compensação o numero de cards na coleção foi GIGANTE, quase 450 cards. Se comparados com M10 a diferença é quase de uma coleção inteira nova.
No Brasil o Magic apenas engatinhava e Miragem bombava e era o “must” visões e Tempestade, pois iniciava-se a era Mono Red.

Na próxima semana sexta, sétima, oitanona (pois são quase a mesma coisa) e décima. Além de uma comparativo entre décima e M10.

Para aqueles que gostam de reports, vou colocar também um sobre o pré lançamento na loja, espero que aproveitem!!!

Fox

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Colecionar é preciso




Olá, bem vindo a uma nova quinta feira. Hoje eu queria além de continuar com a dissertação sobre coleções, comentar sobre um outro ponto do Magic que foi nos últimos anos esquecido pela Wizards/Hasbro.

Colecionar ou não?

Bem, cada pessoa sabe o que lhe agrada. Alguns, como eu disse antes, adoram o fator coleção no Magic. Vamos primeiro a definição da palavra coleção segundo o dicionário:

(co.le.ção)
1. Conjunto de objetos, ger. conservados em grupo, que têm alguma relação entre si: coleção de documentos
2. Um desses conjuntos, organizado, reunido pelo valor artístico, cultural, histórico etc. de seus componentes, ou por sua raridade, singularidade etc., ou pelo interesse do colecionador (coleção de selos, coleção de quadros)
3. Quantidade, ajuntamento, agrupamento.
4. Compilação, ajuntamento seletivo de coisas segundo algum critério: coleção de sonetos. (quase)
5. Conjunto, limitado ou não, de obras de um mesmo ou vários autores, de um ou diversos assuntos, publicado pela mesma editora; ANTOLOGIA; COLETÂNEA: coleção de Guimarães Rosa: coleção de contos policiais.
(mais culto isso!)
6. Conjunto dos modelos criados por costureiro ou estilista para uma certa temporada.
(ui!)
7. Med. Ajuntamento, acúmulo (de sangue, fluidos, pus etc.) em cavidade do organismo
(eca!)

Deu para ver que é abrangente a definição. Mas no primeiro item temos exatamente a definição que eu desejo expor. “que tem alguma relação entre si”. Temos então no Magic coleções sobre tipos de cards (Criaturas, lendas, terrenos), tipo de tipo de cards (Dragão, goblin) cores, artistas, expansões, pessoais (assinadas por amigos, emotivas), etc.

O fator que determina o que a pessoa decide colecionar é único e varia muito. Mas a maioria deles é tão pessoal que impossibilita uma classificação.
Como temos diversos jogos no mercado, principalmente ligados ao tema Fantasia Medieval é muito comum temos nesses jogos criaturas ou seres tais como os Dragões, Zumbis, Elfos e Goblins que são com certeza os mais procurados pelos jogadores.
E talvez seja por isso uma das razões dos cards relacionados a esses seres serem tão caros. Junte a isso alguns fatores externos tais como bons artistas (Avon, Guay, Nielsen, Post, Alexander e Walker) e a própria raridade dos cards e temos uma verdadeira bomba de alta procura.
Como disse antes os jogadores tendem a procurar algo que os agrade. No meu caso tenho maior apreço por terrenos e um dos melhores desenho, que mais me levou a acreditar que aquele lugar existia foi Jerry Tiritilli, com o Porto de Rishada.
O visual simples e “cartoon” da imagem me faz acreditar que aquele porto é infestado de Piratas, Marinheiros e Guardas do porto. Que aquele terreno realmente existe e está gravado na historia do Magic para sempre.
Logicamente o Porto de Rishada foi um dos cards mais caros de sua época. Agora imaginemos que o mesmo porto tivesse sido desenhado por um outro artista, um outro um pouco mais conhecido. Como por exemplo Rob Alexander ou John Avon.
Temos ai então outro fator de raridade, a jogabilidade. E tudo isso atribui valor ao item da coleção.
Para minha sorte Tiritilli é um artista “menor” no mundo do Magic, com pouquíssimas artes, apenas 37, e com poucas de grande atuação em campeonatos, além do Porto, Lacaio Goblin, Cadetes Goblins, Elfos de Llanowar de sétima edição, Ataque Surpresa e dois terrenos incomuns de invasão.
Ok, que alguns dos cards são bem caros, mas não necessariamente por serem do artista, e sim por serem bons de jogo, como o lacaio.

A comparação é simples para o caso de valorização dos cards, e até mesmo como arma de marketing, tomemos artistar como exemplo, John Avon tem 152 cards feitos com suas artes, Rob Alexander tem 129 cards, Rebecca Guay tem 145 cards. Pode ser que seja apenas coincidência, mas é também uma maneira de valorizar para todos os colecionadores os card colocando artistas mais procurados em suas imagens.

Vale a pena colecionar?


Sim e não. Sim, pois como eu muita gente acha legal ficar vendo e revendo as imagens dos cards, então é uma paixão, algo que é incontrolável. Mas também não, pois às vezes gastasse muito dinheiro, de um momento para o outro em algo que não tem intrinsecamente valor algum. Você encontra o sujeito que tem o ultimo card da sua coleção. Se o sujeito disser que não tem interesse em vender o card você provavelmente vai dar tudo o que tem na carteira para ter o tal item. Seu ego vai estar cheio, mas sua carteira não!
Como temos mais jogadores masculinos então vou colocar assim, normalmente as esposas não conseguem entender o valor que esses pedacinhos de papel tem para nós.

Não há um numero exato, mas nos países mais ricos (ou hoje em dia ficando mais pobres) o fator coleção acaba sendo realizado por uam gama de pessoas apenas como forma de valorização do item para posterior venda do mesmo. Quadrinhos, cards de chiclete de beisbol e basquete, selos, etc, acabam valendo alguns milhões depois de alguns anos. Os próprios cards de Magic já alcançaram valor estratosféricos em alguns casos. Black Lótus a US$ 3000. Isso meio que me deixa alegre e triste ao mesmo tempo, pois em nossa cultura brasileira, quanto mais caro algo fica mais interessante esse item se torna para as pessoas. Mesmo aquelas que nunca souberam valorizar o Magic, por exemplo, como um passatempo divertido acabam falando:

- Nossa, esse é um daqueles cardzinhos (assim mesmo... com inho no final) que custam muito dinheiro?

E fico feliz pois pelo menos o Magic acaba sendo conhecido no final das contas.

Invitational

Você conhece esses sujeitos?

Olle Rade, Darwin Kastle, Chris Pikula, Terry Soh?

E esses cards, Protetor Silvestre, Ginetes de Avalanche, Mago Interferidor e Mago da Verruma Rakdos?

Bem eles estão conectados, os jogadores e os cards são um só. Cada um deles venceu uma etapa do Magic Invitational e pode ajudar a criar um card para uma coleção de Magic. Abaixo segue uma lista com os cards.




1996: Olle Råde, Preservador Silvestre (Julgamento)
1997: Darwin Kastle, Ginetes da Avalanche (Legado de Urza)
1998: Mike Long, Ladrão de Rootwater (Nemeses)
1999: Chris Pikula, Mago Interferidor (Conjunção)
2000: Jon Finkel, Mago das Sombras Infiltrador (Odisseia)
2001: Kai Budde, Prodígio dos Magos do Vácuo (Investida)
2002: Jens Thorén, Simulacro Solene (Mirrodin)
2004: Bob Maher, Confidente Sombrio(Ravnica: Cidade das Guildas)
2005: Terry Soh, Mago da Verruma Rakdos (Inssureição)
2006: Antoine Ruel, Patrulheiro de Eos (Fragmentos de Alara)
2007: Tiago Chan, card ainda não lançado? Será que algum dia será?



O Invitational em si




O Magic Invitational era um torneio não sancionado feito com os 16 melhores jogadores do anor. O vencedor do Mundial, o melhor jogador Profissional do ano, e diversos jogadores votados por fãs estavam entre os concorrentes na disputa pelo posto de melhor do mundo. O prêmio desse torneio não era dinheiro, era sim a oportunidade de desenvolver um novo card que seria lançado numa futura do Magic e que tradicionalmente a imagem do jogador aparecia no card.
Para quem vai colecionar essa sim é uma coleção de peso. Pelo menos para mim é o Invitational era o ápice que um jogador podia chegar. Que pena que eles pararam com o evento. Esse com certeza era um dos eventos mais observados no mundo do Magic e um dos mais legais, pois os jogadores podiam criar seus próprios cards, com seus próprios rostos estampados nos cards. Algumas vezes eles surtavam, mas na grande maioria das vezes as idéias eram bem boas.
Muitas vezes na loja da Merlin a gente ficava sonhando com o invitational e comentando que cards nos faríamos. Tive muitas conversas com o Jabá sobre isso. E não é que eventualmente ele participou de alguns? Acho que foram três eventos. E em um ele quase chegou lá!

Ele me contou que o card seria:

> UG – 2/2 Voar, quando esse card entrar em jogo compre um card.

Hoje esse card até seria bobo, comparado com Confidentes e Interferidores, mas mesmo assim teria o cabeção do jabá lá estampado, e isso sim seria muuuuito legal. Mais tarde o psicatogue acabou virando o card do jabá por varias razões, pelo mundial, pelo cabeção do bicho sorrindo ou pelo simples fato de que o invitational trazia o que era de melhor em todos os jogadores, torcer, pelo simples fato de torcer, por alguém.

Só para fechar a questão, uma coleção de cards do invitational foil ficaria muito cara, já que o uso dos cards foi quase 100% em todas as suas edições. Eles eventualmente acabaram jogando em decks consistentes e de bons resultados nos eventos.

André “Fox” Dembitzky

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Conhecidos e Coleções

Bem vindos a mais uma quinta-feira. Hoje eu queria tratar de dois assuntos. Um deles já estava na minha cabeça e é sobre o fator “Coleção” do Collectible Card Game (CCG) a algum tempo e mas também queria conversar sobre ser conhecido no magic. O fator ser conhecido no magic surgiu apenas essa semana com infelizmente morte de um conhecido jogador de Magic da Cidade de São Caetano. Seu nome mesmo eu não sei, desculpe aqueles que o tinham mais próximo como amigo, mas eu o conhecia-o apenas como Floripa. Na verdade mal o conhecia como pessoa, e é justamente esse o fato que eu queria conversar.
Atualmente sou conhecido. Não posso dizer que sou famoso, pois para mim fama é uma coisa que significa ser conhecido fora de seu circulo pessoal. Por já ter participado de inúmeros eventos, nacionais, internacionais, ter trabalhado em diversas loja, aqui e no interior ocorreu de que praticamente todos os jogadores mais conectados com o Magic de São Paulo já tenham me visto e saibam que eu sou.
Mas isso não significa necessariamente que conheça a todos. Muitas vezes, estou no metro ou na rua e invariavelmente passa alguém e grita:

- E ai Fox! Beleza?

Bem, muitas vezes, eu até reconheço a pessoa e respondo, mas ocorre de algumas vezes eu não ter a mínima noção de com quem estou falando, e só a fisionomia eu reconhecer. Mas outras vezes eu não sei nem de onde essa pessoa me conhece, que loja ela freqüenta ou onde eu a encontrei antes. Sei que é do Magic por causa do fato de ter me chamado pelo apelido, já que poucos sabem de verdade meu nome.
Não fico chateado com o fato de não conhecer a pessoa, mas fico tremendamente preocupado que a pessoa com que estou falando não entenda que eu não a reconheci e que não estou bravo ou incomodado com o contato. Só não sei como lidar com a situação constrangedora. Isso sim deixa meio encafifado porque eu me preocupo constantemente em não deixar ninguém bravo comigo (coisas de personalidade). E mesmo tendo com essa cara de mau-humorado, sou na verdade um “doce” de pessoa. Uhauhahua.
Provavelmente por isso eu tenha me abalado com o fato do Floripa ter falecido (numa acidente de carro) e quando vieram me contar eu ficar completamente mudo pelo fato de não lembrar quem ele era. E eu me perguntei:

- Nossa, e se o carra tivesse trocado comigo algumas palavras mesmo? Se fosse um cara do magic mais chegado mas que por essa ou aquela razão nunca apronfundamos nossa conversa?

Alguns jogadores afirmam para mim que eu já tinha conversado com ele e o conhecia. Bem, eu não lembro. Gostaria muito de lembrar mas não consigo. Sei que muito que estão lendo o conheciam e desejo toda paz e tranqüilidade para a familia dele.
E isso me deixou com essa questão. O fato de muitas vezes conhecermos alguém durante tanto tempo e nos deparamos com o fato de que não sabemos muita coisa sobre ele. Eu como juiz e organizador de eventos, acabo sabendo o nome de quase todos os jogadores. Afinal de contas o DCI-Reporter não aceita, PV, JABAIANO, PUMBA, EXTORQUIDO, etc...
Eu tenho que colocar Paulo Vitor, Carlos Romão, Rafael Santos e Rafael Quadros (ou melhor com o database novo agora nem isso eu preciso mais fazer, pois basta digitar o DCI que .... pluf lá está o nome do sujeito).
Agora pensem um pouco, quantos caras no magic, a gente conhece, ao menos de uma conversa de rodinha fora da Devir, e não sabe o nome de verdade dele? Onde o cara mora, o que ele faz da vida ou sua formação.
E conforme eu fui observando isso é uma coisa que ocorre mais principalmente no Magic. Amigos de colégio/faculdade, de bola, de bairro, sempre sabem o nome do cara, a rua que ele mora, ou ao menos o bairro. Até muitas vezes sabemos o nome da mãe dele, e invariavelmente chamamos de Tia.
Eu mesmo tenho alguns amigos fora do circulo de magic em que eu sei tudo isso ai que eu mencionei, mas para se ter uma idéia, conheço o Jabaiano já há alguns anos e só sei o nome do Pai dele que também é Carlos.
Tudo bem que eu não sou amigo do Jabá de ir na casa dele, beber junto e ir ao estádio ver o Palmeira (viva verdão líder do paulistão 2009!!!)
Mas nunca me ocorreu também de perguntar. E o mesmo vale ao contrario. Quantos de você me conhecem por milhares de ventos e não sabiam meu nome, ou que eu fiz letras? Não estou ofendido não, não se preocupem. Mas é estranho que as vezes tenhamos tanto contato com as pessoas e sejamos tão pouco “amigos” delas. Amigos no sentido antigo da palavra. Beeem, antigo.
E com isso queria deixar uma mensagem (ok, é piegas mas ta valendo)

Tentem conhecer um pouco mais as pessoas ao seu lado. Pois um dia elas podem não estar mais ali e com isso perdermos a grande oportunidade de ter conhecido alguém que nos marcaria para sempre.

CCG – Card Games “Colecionáveis”

O tema mesmo que eu queria falar é sobre a faceta da coleção. Até algum tempo atrás a Wizards prezava muito a idéia de coleção e o mercado gerado por esse segmento do jogo. Não é possível negar que todos já passamos pela fase da coleção. Alguns até mesmo nunca saíram dela. Eu mesmo já tive varias coleções, pelas mais diversas razões. Já colecionei Quadrinhos, Magic , revistas Super Interessante, Conchas e latinhas de refrigerante.
Existem muitos outros itens colecionáveis, alguns valiosos e outros nem tanto. Alguns que muita gente respeita e outros que muita gente faz aquela expressão de – QUÊ????
Selos, maços de cigarro, bonecos, brinquedos, etc, etc.
E o Magic quando foi criado como forma de, acredito eu, incentivar a compra do produto, resolveu colocar ali ao lado do nome o termo CCG. Collectible Card Game. E não há povo no mundo que se compare aos americanos quando o assunto é coleção. Os japoneses são os mais insanos no quesito gasto com coleção, mas os americanos colecionam tudo. Mas tudo mesmo. E era lógico que um jogo pára atrair mais gente tinha que ser colecionavel. Isso parece instigar as pessoas a ter mais que o outro. A mostrar aquela figurinha rara. E como disse antes, todos nos já passamos por aquela fase, normalmente inicial no magic, de colecionar algo. Alguns buscam Goblins (e tem um cara que vem na loja que têm praticamente todos!!!), outros Dragões, outro Elfos. Alguns Foils, outros Miscuts (é quando a maquina que faz o corte do card erra e faz com que duas imagens diferentes estejam presentes no mesmo card) outros misprints (esse é outro erro da produção e impressão quando ocorre de um ser diferente dos outros no mundo). Lendas, Terrenos, Básicos e Não-básicos, Pacotinhos de Boosters, Fichários, etc, etc.
Eu mesmo já tive dentro do magic as seguintes coleções: Planícies, Lendas, Terrenos e cards de pré lançamento. E as únicas que ainda mantenho são as duas ultimas. Em dois pequenos fichários escondidos lá em casa.
Atualmente na loja eu vejo muitos colecionadores. A maioria deles procura mesmo apenas os cards para a coleção. Quase nunca jogam e até me surpreendo quando vejo que eles começam a partir para montar baralhos. Usualmente esses mesmos colecionadores não vem muita graça no jogo, e procuram basicamente os cards por seu visual, e as imagens que representam. As imagens das criaturas, dos locais, do universo de Dominaria. Mas não tenho muito conhecimento direto atualmente de alguém que comprasse na loja algum card apenas, por exemplo, pela arte do desenhista.
Um grande amigo o Davi de Guarulhos, adorava os desenhos do kev Walker. Sei do Estranho que meio que venera o John Avon. E sei de apenas um cliente de procura sempre os cards da Rebecca Guay. Mas basicamente é isso. Nem sempre as pessoas falam que gostam de um ou outro desenhista pois podem achar meio “nerd” ficar conversando sobre isso. Mas eu como grande admirador de arte e desenhos, gosto muito de conversar sobre isso. Sobre técnicas e nisso tenho um par na loja, o Daniel “malhadas”, a gente fica discutindo vira e mexe sobre arte e produção gráfica e sobre as técnicas, os programas que os desenhistas usam na confecção das imagens.
Da pra perceber que o universo da coleção no magic é gigantesco não dá?
Há muito pano para manga para se discutir e como gosto muito disso resolvi então fazer uma série de mini-artigos sobre o ato de colecionar dentro do magic. Muito menos difundido aqui do que é difundido no exterior, a coleção é algo muito mais relacionado com o prazer interno e solitário do individuo do que as glórias das vitórias em eventos.
Só para exemplificar muitas artes originais são vendidas em casa de leilões por até US$ 40,000. Os mais famosos são tão valiosos quanto obras de arte de artistas modernos. Nada próximos de Picassos e Monets da história, mas mesmo assim, para um nicho tão pequeno de conhecedores como é o universo do Magic, em comparação aos grandes mestres, quarenta mil por uma pintura não é de se menosprezar.
Durante muitos anos existiu até mesmo uma política de reimpressão que a Wizards firmou com os jogadores de que alguns cards nunca seriam reimpressos exatamente iguais para evitar a desvalorização dos cards mais antigos. Na época o importante era ter a famosa “First Edition” que funcionalmente é exatamente igual os cards mais novos mas que só eram mais antigos e nada mais. É lógico que reprintar uma Mox ou um Black Lótus é algo que vai com certeza desvalorizar os card antigos, não por serem, acredito eu, mais acessíveis, mas sim por “banalizar” o cards, afinal de contas, para se ter uma das Power 9 é necessário certo investimento e vontade real. E isso eleva o status do jogador. Não pela grana que ele gastou, mas sim pelo fato dele ter.
Essa política hoje foi meio que abolida pela Hasbro, dona da Wizards. Tanto o é que Explosão Psionica foi reprintada e ela estava na “reserved List” a lista de cards que nunca seriam reprintados.
Mas essa política era meio boba, já que hoje é amplamente difundido o conceito de que um card de Arabians Night é muuuuito mais legal que o mesmo card lançado recentemente em Espiral Temporal. E com isso mais caro!
E torço para que um dia façam reprints das mox e dos outras powers, pois assim mais pessoas poderiam jogar, e os jogadores que tivessem os mais antigos poderiam ainda esfregar na cara dos outros:

- Você tem, mas a minha é de Alpha e não de 15ª edição!

Abraço, e até a próxima 5ª com novos dizeres sobre coleções!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Eventuais Eventos

Olá! Olá!

É sempre bom começar a semana de folga, essa mudança de folga realmente alterou toda a minha rotina de vida. E sabe do que mais? Mudou para melhor.

Primeiramente por que a faxineira que vai em casa, vai de terças e quintas, ou seja, não encontro mais com ela e com isso tenho momento preciosos de tranqüilidade. Tal tranqüilidade pode então ser preenchida com algumas horas de TV, sem comprometimento nenhum com o mundo e de total reflexão para com o ócio.

Viva o ócio!! Huauhahu
Bem, não é assim tão viva.

Por que? DEvido a uma total incapacidade de minha parte de não conseguir ficar parado. E mesmo no ambiente do ócio acabo pensando em trabalho, que no meu caso, é o Magic. É divertido, mas ainda sim é trabalho.
Fico lá pensando, alucinadamente, em coisas que eu poderia fazer para tentar melhorar o cenário do Magic nacional, da loja, coisas com os cards, como difundir informação, etc, etc.
Bem e com isso me veio na cabeça o fato de que muitas vezes eu me vejo sozinho, ou quase, a desenvolver esses “produtos” podemos assim chamar, que são os eventos. E digo para mim mesmo:

“Puxa, se outras pessoas também se envolvessem com a mesma vontade que eu no negócio de eventos tudo podia dar mais certo ainda.”

É certo que esse pensamento é meio burro, pois nós como indivíduos nem sempre sabemos, ou melhor, fazemos questão de não saber, que existem outras pessoas realizando, em maior ou menor escala, o mesmo tipo de ‘serviço” que nós, mas que também trabalham meio sozinhas.

Alguns exemplos disso:

No interior temos o Divaldo “Ertai” que promove vários eventos em SP. O Wendell que faz suas estripulias em Campinas (acho que é isso não é Wendell?). Sei do Vitor do rio que tenta desenvolver sua comunidade na loja. No sul tem o Svaldi da Jambô. E mais uma infinidade de pessoas (que agora, nesse momento me fogem a cabeça – sorry!) que trabalham na manutenção de lojas, comunidades, orkut, ligas, etc.

Cada uma deve pensar mais ou menos como eu.

Certamente, também como eu, eles não fazem isso simplesmente pelo amor pelo Magic e pela caridade. Há sempre um objetivo comercial meio envolvido nisso tudo, mesmo por que o negócio de fazer eventos é caro e demanda um tempo gigantesco. Pois para se realizar um evento, temos que procurar sanciona-lo, fazer DCIs, se comunicar com juizes, promover o evento em si em vários locais, arrumar premiação (que nem sempre é fácil nem barata de se conseguir), etc.
Mas mesmo assim, com algum objetivo comercial em mente, se a pessoa não for apaixonada pelo jogo e pelo que faz, ou até mesmo pelo ambiente que o Magic te insere, o possível lucro que um evento lhe trará não será suficiente para uma recompensa equivalente. As vezes é muito trabalho para pouco dinheiro. E é exatamente por isso que eu e eles, fazemos o que fazemos, pelo simples fato de estar ali e participar do universo do Magic ser talvez como um pagamento extra.

Bem, onde quero chegar com essa historia? Vou contar.

Uma das coisas que mais me surpreende no Magic é o fato de que não há uma comunidade homogenia. Não há uma “unidade”. E com isso fica muito mais difícil se criar algo que vá além das fronteiras das cidades, ou até mesmo dos bairros.

Um dos grandes exemplos, mesmo que tenha havido certos problemas internos, o DIM – Desafio Inter-Municipal (alguém ainda se lembra?) era um evento nacional, fora do circuito de regionais, PTQs e afins.
O DIM era uma proposta de vários circuitos locais que classificavam, conforme o andamento do ano, vários jogadores, e esses representariam suas lojas ao final da temporada, numa final realizada em São Paulo.

Seus criadores, Fabio Pinto e o Luisão (não lembro se tinha mais alguém no grupo que o criou) iniciaram algo que hoje não existe mais no país. Por bem ou por mal, o DIM era o único evento que ligava a maioria das lojas do Brasil. Pelo próprio porte do evento, havia logicamente varias queixas quanto as inscrições, a premiação e as vagas. Mas eu, quando fiz parte de sua organização nas duas ultimas edições (pois foram 4 ou 5 anos de DIM) pude perceber o quanto era trabalhoso desenvolver um evento que agradasse a todos. E é certo que o DIM não agradava. Acredito que nenhum evento agrade realmente a todos. Sempre vai ter aquele sujeitinho, no fundo do salão do condomínio que vai gritar:

- Síndico ladrão!!!

Mesmo que o caixa do condominio esteja cheio, as obras em ordem, sem inadimplentes, sem vizinhos barulhentos, sem problemas.

É batata. Em eventos premier, com três boosters por inscrito, tipo 3, de uma coleção muito boa como ravnica, havia gente xingando a organização por essa ou aquela razão. Vai entender!!!!

Mas no DIM havia também a coisa da união das lojas, de sua rivalidade saudavel entre lojas distantes e a procura por um campeão, representante dos locais em que jogavam. Me chamava a tenção em como o DIM me lembrava a Copa Libertadores e o Mundial Interclubes.

O DIM funcionava assim, os jogadores participam de vários torneios, e os que acumulassem mais pontos nas diversas etapas se classificariam para a final pelo time da loja e individualmente. Havia até um farofão (free-for-all) para que quem quisesse participar pudesse se classificar individualmente no dia anterior a final. E hoje, quando eu procuro uma formula para eventos, acaba invariavelmente usando a formula do DIM. Que é acredito eu, se não a melhor, a que mais se adaptou ao Magic. Vide o Ethernal Domain, em que eu uso praticamente a mesma formula hoje em dia.

Os regionais, um dos eventos mais procurados no país. E que dão apenas uma ou duas vagas por evento para o nacional são feitos na formula básica da Wizards, dos eventos “oneshot”, isolados e independentes. Enquanto que o DIM procurava fortalecer as lojas, com a presença constante de jogadores em vários eventos. Parabenizando principalmente aqueles jogadores mais assíduos.

Eu queria muito que houvesse algo assim hoje em dia. Hoje, com a número cada vez maior de lojas, mesmo com a crise mundial, mesmo com a falta crônica de material e o aumento do dólar, elas aparecem que nem mato

Hoje era a época certa para desenvolver um evento de grande magnitute. E ando pesando muito nisso. Já criei a formula para tal evento, mas não sei se ele teria a resposta que eu desejo. E com isso fica a insegurança de alçar vôos maiores, ficando de lado algo que a meu ver, como pai da criança, algo grandioso. Já que eu como pessoa me sentiria muito frustrado com um evento que afundasse, ou não arrebanhasse um numero grande de jogadores, e fosse indicado como exemplo de como não se fazer algo.
Seria como jogar fora uma grande chance.

Seria vender abridores de lata, para um lugar onde não há latas. Imagine a sensação de fazer algo fantástico (pelo menos no sua próprio ponto de vista) e não decolar com ele por que aquele não era nem o momento nem o local correto para a implementação do mesmo?

Esse projeto já esta na gaveta a algum tempo (a alguns anos na realidade) e agora com uma base de organizadores boa quem sabe ela não sai do papel?

Eu fico espantado com o fato de existirem eventos fantásticos fora do país, na Ásia o MPS, com seus cards promos, os EUA com a sua JSS (Junior Super Series), com os States, com os mais diversos programas, bem legais e diferenciados, e que no Brasil não ocorrem.

Não pode ser culpa apenas da organização que tem os direitos aqui do Magic a falta desses eventos, mesmo por que lá fora não é a Wizards que banca tudo, são grupos particulares que se desenvolveram para atuar nesse nicho e tem conseguido uma ótima resposta dos jogadores.

E pensando melhor, se nesse ponto a heterogeneidade dos jogadores do país é assim tão grande assim a ponto de nem todo mundo concordar que algo é bom, bem, então, como bons estrategistas e organizadores de eventos, teremos que usar isso a nosso favor, em nossos eventos.

Vou combinar o seguinte então com todos. Entrarei em contato com os maiores organizadores do pais, vou correr atrás de algo que pode mudar o cenário do magic nacional. E eu prometo (eita frase de campanha!!!) que vou fazer a minha parte. Vou procurar realizar algo tão legal e novo que vai fazer a maioria dos jogadores virarem e dizer (sem nehuma modéstia agora):

- Quando o momento chegar eu quero estar lá!

Aguardem mais noticias...

André “Fox” Dembitzky
Organizador do Olimpics