quinta-feira, 5 de março de 2009

Continuemos de onde paramos...

Gostaria inicialmente de me desculpar pela demora em postar a continuação, mas devido a problemas na loja e nos eventos pertinentes e uma gripe, fiquei longe de teclas!!
Continuemos de onde paramos...

1999 – Para muitos o prenuncio do fim do mundo. Dali um ano o Bug do milênio, conforme alguns “profetas”, iria devastar todos os sistemas eletrônicos quando os computadores passassem a considerar o ano 2000 na realidade 1900, já que muitos sistemas só utilizavam os dois últimos dígitos e com isso as maquinas enlouqueceriam e para elas voltaríamos ao ano de 1900. O que levaria bolsas de valores, bancos e instituições financeiras a um blackout! Mas nada aconteceu ao final de 99. O Euro passou a ser a moeda de muitos países europeus, tivemos o “apagão” no Brasil, a rede manchete foi extinta (canal 9 em são Paulo) e tornou a Rede TV!, um tornado classe F6 (o maior do mundo)é registrado no EUA, estréia o episodio 1 de Star Wars – A ameaça fantasma e a Aspirina completa 100 anos de existência.
Com a Sexta edição o Magic se revoluciona. As regras básicas do jogo, até então pouco alteradas é totalmente refeita para se melhor entendida e possibilitar uma maior compreensão pelos novos jogadores. Mas com isso um dos maiores ícones do Magic morre, o Ritual Sombrio. E isso podendo não parecer pouco devasta o mundo do Magic, pelo simples fato da cor preta ficar 400 vezes mais lenta. Eu escrevi um artigo, que infelizmente se perdeu no tempo, em que eu tentava divagar sobre o tema, bem, resumindo de cabeça o que tinha escrito era que a cor preta nunca mais seria a mesma sem as triunfais entradas dos espectros, das necros e tantos outros sem a explosão do ritual. Mudaram o foco e quem ficou rápido depois de alguns anos foi o vermelho, com canções e ritos a torto e a direita.
Aqui também foi a primeira vez que uma coleção básica recebia o símbolo próprio e o de raridade, Preto, Prata e Dourado.
Mas a sexta edição trouxe algo de muito mais valioso para o mundo do Magic do que apenas as estética, trouxe a pilha (ou stack) e a mudança no dano de combate. Criaturas viradas causavam dano, pilha para o dano, e mogg fanático se tornando uma criatura pra lá de muito útil. Essa pequena mudança de regra alterou profundamente o modo de jogar de vários jogadores e a funcionalidade de TODOS os cards.
Com sexta tivemos também uma outra bomba aparecendo: Kai Budde, considerado se não o melhor, o maior jogador de Magic de todos os tempos, com seus feitos e resultados. Por comparação ele é o Schumacher do Magic. Seus recordes ainda persistem e ninguém foi tão bem sucedido quanto ele em termos de títulos e dinheiro. Hoje temos Luis Scott-Vargas, ou LSV, mas mesmo assim, ele ainda tem que jogar muuuuito Magic para ficar a sombra do Budde.

Nesse ano temos também a compra da Wizards of the Coast pela Hasbro, tornando a Wizards subsidiaria da Hasbro. Pensando que cada coleção leva dois anos para ficar pronta, desde sua criação até sua concepção, veremos mudanças na estrutura do jogo, forma de marketing entre outras apenas em 2001 ou 2002. Isso significa que a partir da Setima edição teríamos mudanças sobre a batuta da Hasbro. Bem, isso na verdade não é verdade. Eu tenho em mãos uma revista InQuest em que uma das grandes matérias é a formatação da Quinta Edição, e um dos seus coordenadores já falava que na época de Quinta já havia um trabalho adiantado para a produção da Sétima. Isso significa que quando a Hasbro assumiu a Setima Edição já estava pronta e com isso nos veríamos apenas qualquer tipo de interferência de Oitava em diante.

2001 – Um caso a parte na história mundial, 2001 foi o ano que o mundo mudou. Basicamente o ataque terrorista contra as torres gêmeas, foi suficiente para o terrorismo arrumar outra cara. Nosso caro amigo George W. Bush se elege presidente pela primeira vez, a Microsoft lança o Windows XP, é lançado o primeiro filme do Harry Potter e a nossa querida cédula de 2 reais chega às mãos dos brasileiros.
Temos então a sétima edição. Com ela a volta de alguns Power houses que em sexta fizeram falta como a Contramágica, Force Spike, Anjo Serra, Duress, Força Profana, Pilhagem, Dragão de Shiva, Elfos da Floresta e Escudo de Armas. Nessa edição tivemos também uma nova modalidade de card nas coleções básicas, as Foil.

Atualmente uma Colera de Deus foil ou Aves do Paraiso Foil dessa coleção podem alcançar facilmente 100 reais cada. Tudo isso por ter sido a primeira coleção foil e ter vendido relativamente pouco no mundo tudo, se comparado com outras coleções básicas.
Novamente a alteração aqui foi estética. Mas foi a primeira vez que teríamos uma Birds borda preta com layout novo e com novo desenho. Vários cards antigos foram trazidos de volta a ativa com novos desenhos. A maioria deles muito melhores que os anteriores. Birds, Colera, Contramagica. Juntando-se a possibilidade de serem foil. Bem, isso motivou jogadores a procurar esses cards o que automaticamente aumentou a procura pelos mesmos.

2003 a 2005 Mesmo que as duas coleções estejam separadas por dois anos, parece que nesse período a Wizards resolveu se preparar para as mudanças que viriam a ocorrer mais para frente. No mundo temos nessa época, o Lula se elegendo como presidente do país, a nave espacial Columbia explodindo no ar, Michael Jackson é acusado NOVAMENTE de pedofilia, nasce o Orkut, vários atentados na Europa, incluindo o de bombas em Madri, a
O seriado Lost é lançado, o DS da Nintendo é lançado, temos o Tsunami na indonésia, temos as olimpíadas de Atenas, morre o Papa João Paulo II, o parque da Disney faz 50 anos, o furacão Katrina devasta o sul americano, o Xbox 360 é lançado e morre Pat Morita, o Sr. Myagui do Karate Kid!!!!

Bem, em três anos, temos mudanças políticas, geográficas e econômicas no mundo de tal maneira que se eu pusesse tudo aqui ficaria muito chato. Mas o importante é que nesse momento a Hasbro começou a mudar a cara do Magic. E na minha opinião, a mudança foi para bem melhor.
Como tudo no mundo do marketing e das vendas, o que enche os olhos do consumidor é que fará esse mesmo consumidor nunca parar de comprar. Bem, com oitava e nona, coleções meio gêmeas, a Hasbro/Wizards investiu naquilo que os jogadores mais gostam, cards clássicos. Depois da volta de alguns clássicos em Sétima era preciso arriscar mais e com isso, voltaram Espectro Hipnítico, Sonhos do Submundo (que era um cards procuradissimo de Legends), as Pain Lands, Assassino da Realeza, Arena Phyrexiana, Senhor dos Mortos Vivos (viva um lord preto realmente bom!!! – e hoje temos um ainda melhor!!!) Fornalha de Rath, entre outros tantos.
Se contarmos que nessa época o Magic brigava diretamente com outras fontes de diversão, as Lan Houses, fica fácil de ver que era necessária um mudança. Os jogos on-line estavam devastando os jogos de mesa, e nisso se inclui o Magic. Tudo isso contribuiu para a Wizards/Hasbro procurarem se reinventar e reinventar um dos seus maiores produtos.
A mudança visual dos cards foi uma dessas mudanças, dar mais vida aos cards ao remover parte da borda preta (ou branca!) para dar mais espaço ao desenho, por exemplo.
O MOL por exemplo já existia desde de 2002, mas ele só foi se tornar um canal eficiente em 2004 ou seja bem dentro do espectro de atuação das duas grandes coleções de Revamp da Wizards.
Aqui começa, em minha opinião, o verdadeiro momento do Magic. Quando uma empresa que visa lucros acima de tudo, e que não mede esforços para que seus clientes fiquem satisfeitos (é lógico que como tudo no mundo ocorrem erros, bem, não vou discutir os erros, quero apenas levantar o fato de que a partir daqui a Hasbro fez de tudo para manter seus clientes satisfeitos)

2007 – o Iphone é lançado, o Widows Vista é lançado, o fura-fila finalmente é lançado em são Paulo (mudou de nome 4 vezes!!), o Play 3 é lançado, acidente do vôo da TAM matando 199 pessoas ( e até hoje não á ninguém atrás das grades!!!).

Com a décima edição o Magic dá um passo onde nunca havia ido antes (ou quase). A coleção básica ficou borda preta. Bem, isso foi uma questão que já havia sido posta de lado muitos anos antes. Como falei no ultimo post, as coleções eram o carro chefe do Magic bem no começo de sua criação. Mas esse interesse comercial em valorizar cards antigos sempre foi muito maior no EUA do que no resto do mundo. Essa coisa de criar mercado de trocas e vendas e compras de item raros, pouco acessíveis, bem, isso parece que só funciona lá. Pois uma coisa é você ter um Grindstone em japonês mint, quando o combo desse card mata no segundo turno hoje em dia com o lançamento do Servo do Pintor. Outra coisa é ter um card qualquer de Alpha raro, e fazer dele caro apenas por que ele é antigo. O Magic mudou seu foco, de coleção pura e simplesmente, para coisas úteis e que também são legais. Um Tarmogoyf, em japonês, foil e miscut é bem legal, pois você vai colocar no shield e jogar e todo mundo vai fazer:

- Oh!!!!

Agora, você tem um forcefield (que também é legal, mas ninguém joga com isso) e fica com ele guardado esperando valorizar para tirar algum dinheiro. Nem, ESSA mentalidade meio que morreu. E a Hasbro percebeu isso. Ela reprintou uma série de cards que estavam na lista de reserva, cards que era intocáveis, e que nunca poderiam ser reprintados pois os colecionadores sairiam perdendo. A Hasbro é mundial, enquanto que Wizards era americana, isso mostra que uma empresa precisa olhar para todo o mundo e ver onde realmente esta seu mercado.
Hoje, a impressão que eu tenho é que doa a quem doer a Hasbro quer é fazer esse patrimônio durar 100 anos, e lucrar infinito de dinheiro.
Coma décima edição, vimos isso. Cards antigos, e bons serem lançados, bonitos, jogáveis, (vide vizzerdrix e orgg treinado deixarem de ser lançados, ainda bem!)
Com a décima edição tivemos uma revolução, e do ponto de vista de quem vende cards avulsos, foi a coleção mais vendida de todos os tempos. Ou você acha que uma coleção que tem, Incinerar, Aves do Paraiso, Elfos de Llanowar, Cólera de Deus, todas as 10 pains lands, Espectro Hipnótico, Paladino En-vec, etc, etc, é ruim?
Eles até mesmo lançaram cards lendarios na coleção básica. Coisa que nunca havia sido ne cogitado. E teremos mais coisas adiante.
Com M10 eu espero ainda mais. Novos cards, novas mecânicas e com a certeza da volta do Planinautas, vejo um futuro muito bom para o Magic.
Para alguns isso pode ser sinal de que a Hasbro esta perdendo dinheiro e precisa investir pesado para atrair novos jogadores. Bem, posso concordar com isso, pois esta realmente funcionando.

11 comentários:

Anônimo disse...

hehehe, meu primeiro comentario vai agora , fiquei hoje o dia todo esperando Fox, mais meu contento a esperar, alias gosto muito do seu blog, abraços Jonny...

Anônimo disse...

idem o Jonny, melhor blog de magic do brasil.

will

Unknown disse...

Só fico chateado que o mastigando na 5ª feira não teve a 2ª parte do artigo na 5ª feira.
Mas sei que vc deve ter tido uma razão para isso, Fox. Todo o problema com o release de Conflux deve ter te custado muitas horas, ontem e hoje.
Fico no aguardo pela 2ª parte.

Bruno Jacintho

Unknown disse...

Também estou aguardando pela segunda parte. Ótimo blog Fox.

Fuzzy disse...

Booooo!

André Dembitzky disse...

Ta ai! Sorry o delay, mas ficou bem corrido com problema tanto do pre´, quanto do site e minha gripe... mas ta ai!
Espero que gostem!!!

Fox

y134s disse...

Nice artigo.

Mas dizer q Death Baron > Lord of the Undead é heresia.

Leandro disse...

lendo todas essa retrospectiva vejo que to velho demais ja.. Pat Morita era o cara!

outra coisa.. não tem como o magic falir, os caras vendem infinito no mundo inteiro, menos no brasil onde a VOCE-SABE-QUEM consegue fazer todas as trapalhadas possiveis para ter prejuizo.

André Dembitzky disse...

Não acho que seja bem prejuizo, acredito muito mais numa acomodação financeiro. Entra o suficiente. Se bem que eu não acredito que se falando em relação a dinheiro a palavra suficiente seja possivel! :-)

Anônimo disse...

Nice Fox , fiquei chateado quanto não vi o post na ultima quinta, e fui pra domain cheguei sedinho e até perguntei pra vc o que tinha acontecido... Voltando a falar sobre o post, eu jogo magic a muito tempo, mais só a 2 anos que jogo torneios sancionado, o magic migro de uma coisa de poucos para um jogo de muitos, sofreu muita coisa pra estar ai como um jogo bom atrativo, e por icrivel que paresa eu até to aprendendo inglês com o magic...
espero que o magic dure bastante para que eu possa dar minhas cartas para meus filhos.
bom post.
ps: ler o blog se tornou rotina minha abraços fox

Unknown disse...

Ótimo artigo, Fox.
Deu para ter uma ideia do contexto histórico em que estavam inseridos os lançamentos das edições básicas. Vamos esperar por esse M10 e as mudanças que o set causará. Anos mais tarde, terão outros artigos falando sobre M10, M11, sobre a crise que tivemos nesse ano...

Acompanhando semanalmente o blog,
Bruno Jacintho